Domingo, Maio 28, 2023
INVESTIMENTO

Quatro moradores de comunidades (41%) têm um negócio próprio

 

De acordo com uma pesquisa, 76% dos moradores de favelas se qualificam para esse recurso e 50% se consideram empreendedores. Além disso, quatro em cada dez cidadãos (41%) possuem seu próprio negócio. “Isso representa uma grande oportunidade”, disse Renato Meirelles, fundador do Data Favela, em entrevista à Agência Brasil.

 

“A favela, historicamente, foi marginalizada por alcatrão e falta de políticas públicas. Mas o que temos visto é que, em vez de chorar, os moradores da favela estão agindo. Ou seja, estão se comprometendo com suas vidas”, disse. ele adicionou.

 

Desordem em seu negócio

No entanto, ter um negócio não é fácil. O problema apresentado pelo estudo, por exemplo, é que apenas 37% dos empresários possuem seus negócios com CNPJ.

 

“O Estado não está na favela. Portanto, para tirar o CNPJ, você tem que sair da favela. Você tem que enfrentar, por maior que seja o modelo Simples, a série de dificuldades com o texto. Quando você abre um negócio a primeira coisa que você recebe não é um cartão de crédito, mas um fiscal na sua porta”, disse Meirelles.

 

A maior dificuldade relatada por quem pretende abrir seus negócios ao público é, sem dúvida, a falta de investimento.

 

“O estudo deixou claro que a falta de dinheiro, a falta de dinheiro, a falta de dívida. Os bancos hoje não oferecem crédito de acordo com as exigências das favelas. E não têm expertise para crescer tecnologicamente seu negócio, embora hoje nove em cada 10 proprietários tenham acesso à internet”, disse Meirelles.

 

aprenda a fazer

“Uma coisa é querer ter um negócio, outra é ter um negócio e outra é administrar seu próprio negócio. O que a gente acha é que a favela precisa de uma escola de negócios”, disse Celso Athayde, fundador da Central Única das Favelas (Cufa). Ele também é o CEO da Favela Holding e o fundador da Expo Favela.

 

“O que falta em desempenho é conhecimento. Minha mãe morreu como empresário sem saber. A gente nem usa essa linguagem de negócios na favela. Dizemos que viramos, pulamos, corremos. Estamos falando de código. E agora mais uma vez precisamos falar não só do Favelese, mas do asfalto. E, nesse sentido, precisamos mudar essa narrativa e desenvolver novas formas de falar para que possa ser vista pelo asfalto e pela favela de um momento para o outro”, acrescentou.

 

Segundo o pesquisador e fundador do Data Favela, as comunidades brasileiras oferecem muitas oportunidades de negócios, principalmente no setor de economia criativa.

 

 

“Ele tem um grande potencial na economia criativa, nomeadamente designers, centros de comunicação, promotores digitais que, dentro da favela, começam a vender o mundo. Ele tem aquele cara que fazia chapéus ou camisetas, que durante a epidemia ele começou a vender sem favela. Tem aqueles fabricantes que se cadastraram no iFood, e que conseguiram transformar seu pequeno negócio em um fornecedor não favelado”, disse.

 

Expo Favela

Para atrair investidores para esses negócios das favelas brasileiras, Celso Athayde criou a Expo Favela. “Sempre fui convidado pelo piche para ir à festa dele. Mas agora convido o piche para vir à nossa festa. Este é o momento em que não estamos fazendo um evento favela-favela. Mas fazer um evento de favela, com a participação do asfalto”, disse.

 

Participando da Expo Favela como expositora, a artista e ativista social Marisa Rufino, 48 anos, viu na exposição uma grande oportunidade. Representando um grupo de 20 pessoas, ele saiu de Araxá (MG) para apresentar lindas toalhas e outros produtos que ele e sua equipe confeccionaram.

 

“Saímos de Araxá com a intenção de nos conhecer e conhecer pequenos negócios como o nosso. Eu represento mais de 20 pessoas neste momento. E a experiência que levarei será muito importante para que cada um gerencie seu próprio produto”, disse, em entrevista à Agência Brasil.

 

“É a primeira vez que participamos. Temos um ótimo produto, que precisa ser melhor. Esse resgate do artesanato, feito à mão, deve crescer novamente. E acho que o show nos dá esse impulso, como empreendedor. Meu pequeno ministério pode ser ótimo, pois trabalho com a comunidade”, disse.

 

Negócios da comunidade

Valcineide Santana, 37 anos, moradora da comunidade quilombola Fazenda Cangula, em Alagoinhas, centro da Bahia, veio à Expo Favela apresentar o projeto Farmácia Verde.

 

“Atualmente, temos 10 mulheres empregadas no projeto. O objetivo é libertar a cultura negra. Quando surgiu, em 2017, havia a intenção de resgatar a cultura por meio do uso de plantas medicinais. Hoje produzimos sabonetes medicinais, que têm fins medicinais”, explicou.

 

“Nosso principal objetivo [com a participação neste evento] é mostrar que na Bahia, na comunidade quilombola, existe um grupo de mulheres jardineiras, que utilizam os recursos naturais da comunidade para produzir um produto que ajuda muitas pessoas. mostrar nossa força e atrair investidores para nosso laboratório”, afirmou.

 

O laboratório, explica Valcineide, precisa muito da sociedade neste momento. Pode atender o trabalho com uma linha de medicina natural.

 

“Mas hoje não estamos vendendo esse produto porque sabemos que existe toda essa regra brasileira, principalmente os pequenos empresários. Ainda hoje precisamos de um laboratório e de um farmacêutico ou farmacêutico que assine esses medicamentos para que possamos comercializá-los”, disse.

 

Além de artesanato e sabonetes medicinais, são muitos os outros produtos apresentados na Expo Favela, evento que começou hoje (15) e segue até domingo. O evento também promove exposições, palestras, exposições e mesas de acervo empresarial. Mais informações podem ser encontradas no site.

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